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CLIPPING IMPRENSA

GRUPO P.U.T.O.
POUR POOR ANDIE (2017)

por Valmir Santos

 

No mundo vasto mundo da cena curta, dificilmente uma criação imprime um percurso que possa se inferir com começo, meio e fim. A elaboração dramática em “Pour Poor Andy”, do Grupo P.U.T.O., assume unidades temporais e espaciais e, dentro delas, comete deslocamentos de percepção que enriquecem o imaginário em torno da mulher que faz da sua casa e do seu corpo não-lugares.

 

Ela admite o quanto é ruim não se reconhecer em seu próprio corpo, equivalente à atitude de trancar-se no banheiro em plena festa que acontece em sua casa. É um achado a síntese construída em torno do ser associal, capaz de incomodar-se com o ruído da própria presença. A excelência técnica da intérprete Juliane Souto, também ela dramaturga, cria um colchão de gênero musical na dobradinha de voz e teclado com o músico Álvaro Antonio.

 

Um colchão rítmico, em todos os sentidos, para deitar a solidão e a clausura da personagem. O jazz se traduz nas partituras físicas e nos desenhos de luz e da cenografia. Nem a delimitação do banheiro diminuto e da privada derrapa na deselegância: esconderijo para o inconsciente soltar suas garras. O bichinho de brinquedo a tiracolo é a melhor companhia da mulher para enfrentar os monstros existenciais, artificiais. A beleza de cantar e dançar dentro do vestido cintilante dilui paulatinamente com o embotamento da alma. Certa aura de Prince pouco solar.

 

Nem o espumante alivia a onda. Tampouco morre a beleza da curva dramática desse monólogo interior dirigido por Ali Freyer e tão cirúrgico na exposição de algumas das feridas contemporâneas.

EM: http://mostracenabreve.blogspot.com/2017/05/acao-de-despejo.html

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Ação de despejo

DATA: 05/2017

EXTRAÍDO DE: http://mostracenabreve.blogspot.com/2017/05/acao-de-despejo.html

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